Paracatu, 22 de novembro de 2019.
Há 10 meses, 303 dias, em um dia 23, saí de minha casa para uma viagem de bicicleta. Amanhã, dia 23/11, curiosamente, regresso novamente à Brasília, para ficar mais 2 dias em família e, então, seguir outra estrada, sem importar a direção ou o meio de transporte.
Voltar à Brasília é sempre complicado para mim. Por um lado, fico muito feliz de encontrar minha família, vibro com o crescimento do Vicente na barriga da Verônica, vejo meus amigos da HSS (assessoria esportiva).
Por outro, é um tédio danado: são os mesmos problemas, os mesmos dilemas, as mesmas conversas e quase tudo parece artificial. É uma realidade que não é mais minha, da qual eu não vejo sentido em fazer parte.
Nesse tempo, sei que todos mudamos, mas a mim, tudo parece igual. Talvez, eu tenha mudado demais. Além disso, me acostumei a dinâmica de estar em movimento, de enfrentar situações diferentes, de me reinventar diariamente e, principalmente, de sempre seguir em frente.
Minha mãe diz que essa é a vida real. Que penso assim porque quero fugir da realidade e não enfrentá-la. Penso sobre isso, mas não consigo me conformar com a hipótese de batalhar por uma coisa na qual não acredito. Por mais cliché que seja, realmente a vida é igual andar de bicicleta, pra se manter em pé é preciso estar em movimento.
Obrigado a todos que acompanham.